Diferente do Plano Sequência, o plano longo foi amplamente utilizado no início do cinema (1895-1905). Naquela época, o uso não tinha um intuito especificamente narrativo, pois havia uma limitação técnica. Com o tempo, a montagem foi desenvolvida, especialmente entre 1905 e 1916, o que tornou as tomadas mais curtas.
No entanto, ao longo da história do cinema, alguns cineastas passaram a experimentar tomadas mais longas e plano-sequência. Essas experimentações mostraram que os planos-sequência poderiam ser um recurso narrativo poderoso.
O plano sequência é quando as cenas são apresentadas em sequência de forma ininterrupta, com o uso de cortes invisíveis. Ademais, a maioria dos cineastas são seletivos, alternando entre planos breves e planos sequências, isso permite que o diretor associe certos aspectos de forma narrativa.
Um plano sequência não é fácil de realizar, principalmente se o enquadramento for móvel; é necessário um ensaio árduo entre a produção. No entanto, a edição pode facilitar o uso desse plano, permitindo que o filme seja quase que inteiramente filmado sem “interrupção”, como em 1917, dirigido por Sam Mendes.
Existem várias formas de disfarçar o fim da tomada, criando a sensação de que a câmera permaneceu ligada do primeiro minuto até o final do plano. Umas das técnicas mais utilizadas para isso é o corte invisível.
Por exemplo, em uma cena, Schofield entra em uma base, e em um certo momento, nos deparamos com um enquadramento totalmente escuro. É nesse momento que ocorre o corte, que passa despercebido devido à escuridão. Dessa forma, após o corte invisível, a cena continua, mantendo a continuidade do plano sequência.
Na franquia Johw Wick, o uso do plano sequência é selecionado entre as cenas, sendo especialmente aplicado nas lutas. Desse modo, o diretor consegue transmitir narrativamente o quanto o protagonista é habilidoso e determinado. Essas cenas nos transmitem principalmente a sensação de urgência e realismo, fazendo com que fiquemos sem fôlego junto ao personagem.
Em A Ghost A Story, o diretor utiliza o plano sequência para ilustrar a passagem do tempo. Nessa cena, o fantasma percebe a passagem de tempo como algo rápido e corriqueiro em sua imortalidade. Além disso, são situações sem muita importância para ele, algo que estava ali, não estará mais e ele não se importa com o que já passou e o que vai passar.